Crescem as zonas mortas nos oceanos
Segundo um estudo publicado na revista Science, as áreas sem oxigênio nas águas abertas do oceano quadruplicaram de tamanho desde meados do século 20. E as zonas com oxigênio mínimo perto das costas se multiplicaram por 10.
As consequências desse fator podem causar a extinção em massa de espécies a longo prazo, apresentando risco à vida de milhões de pessoas que dependem do mar como fonte de trabalho.
“Os maiores eventos de extinção na história da Terra foram associados a climas quentes e a deficiência de oxigênio nos oceanos”, afirmou Denise Breitburg, especialista do Centro de Investigação Ambiental Smithsonian, nos Estados Unidos, e principal autora do estudo.
“Na atual trajetória, é para isso que estamos seguindo. Mas as consequências para os seres humanos de continuar por esse caminho são tão extremas que é difícil imaginar que chegaremos tão longe indo nessa direção.”
As zonas mortas recebem esse nome porque são poucos os organismos que conseguem sobreviver na região não oxigenada. A maioria dos animais se sufoca e morre.
Os níveis baixos de oxigênio impedem o crescimento de animais, além de causarem também problemas reprodutivos e doenças.
As mudanças climáticas, obra da atividade humana, carregam a grande parte da culpa da expansão das zonas mortas, principalmente nas águas abertas.
Substâncias químicas perigosas podem também surgir com o fenômeno, como o dióxido de nitrogênio, um gás com efeito estufa 300 vezes mais impactante que o dióxido de carbono.
Os especialistas apontam para uma solução coletiva.
“Parar a mudança climática exige um esforço global, mas mesmo as ações locais podem ajudar a diminuir o oxigênio produzido pelo excesso de nutrientes”, disse Breitburg.
De acordo com os autores do estudo, implantar medidas para reduzir o aquecimento global ajudaria a impedir o crescimento do fenômeno. E criar áreas marinhas protegidas, para que os animais consigam escapar dos baixos níveis de oxigênio, onde a pesca seria proibida, seria uma solução de curto prazo.