Março 13, 2015

Como fazer o descarte de resíduos hospitalares?

Soluções Ambientais

A gestão de resíduos é uma área de conhecimento e de planejamento extremamente importante nos dias atuais devido à crescente produção de lixo pela população. Dentre os mais diversos tipos de resíduos produzidos nos grandes e pequenos centros urbanos, o que ganha mais destaque com a atenção e o cuidado em seu descarte são os resíduos hospitalares, já que eles apresentam grande potencial de contaminação.

Para fazer essa gestão com segurança, os hospitais devem seguir corretamente as regras e orientações relativas ao descarte de seus resíduos. No texto de hoje, vamos discutir um pouco sobre como deve ser feito o descarte de resíduos hospitalares e como a gestão desse tipo de lixo é essencial para a manutenção do bem-estar em ambientes populacionais. Acompanhe-nos!

Normatização para descartes de resíduos hospitalares

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é a grande responsável por coordenar e garantir que todas as normas e regulamentações voltadas para o gerenciamento de resíduos sejam cumpridas de maneira correta e segura. Como os resíduos hospitalares não podem ser tratados como resíduos comuns (já que são altamente contaminados), a ANVISA elaborou uma normatização específica para regulamentar a gestão e o descarte desse tipo de lixo, trazendo maior segurança e eficiência ao processo.

A agência determina, na RDC 306, quais resíduos devem ser descartados, como devem ser condicionados e onde podem ser despejados. Essa norma também classifica os lixos hospitalares em três tipos:

  • Os resíduos especiais (que são formados por materiais farmacêuticos, químicos e radioativos);
  • os resíduos comuns ou gerais (que são materiais de áreas administrativas, geralmente reaproveitáveis);
  • e os resíduos infectantes (que são formados por materiais de origem biológica — como o sangue humano ou biópsias — , perfurocortantes, resíduos de diagnósticos, sondas, drenos, gazes e outros).

Fazendo a separação dos tipos de resíduos

Para poder fazer a gestão correta dos resíduos hospitalares, a ANVISA sugere a divisão dos tipos de resíduos produzidos em grupos. Vamos tratar de cada um deles aqui e de seus cuidados para descarte.

Grupo A

O grupo A abrange todo o tipo de resíduo podendo apresentar algum agente biológico que possa trazer riscos de infecção. Alguns exemplos desse tipo de lixo são:

  • Culturas microbiológicas;
  • vacinas de micro-organismos vivos ou atenuados;
  • culturas e instrumentos utilizados em técnicas biológicas;
  • produtos descartáveis com restos de sangue ou líquidos corpóreos;
  • peças anatômicas;
  • produto de fecundação sem sinais vitais;
  • kits de linhas arteriais;
  • filtros de ar;
  • gases contaminadas;
  • restos de urina, secreções e fezes.

Para esses materiais, a recomendação de descarte é que eles sejam acondicionados em sacos plásticos brancos e resistentes, identificados com simbologia específica para produtos infectantes e depois colocados em lixeiras com pedal e tampa de material lavável (preferencialmente plástico) também devidamente identificada.

Grupo B

O grupo B é composto por resíduos que podem apresentar risco de inflamabilidade, corrosão, reatividade e toxicidade para o ambiente e a população, geralmente encontrados em alguns tipos de medicamentos. Alguns exemplos desse grupo são:

  • Os produtos hormonais, antimicrobianos, imunossupressores, antineoplásicos, antirretrovirais, imunomoduladores e outros produtos que podem ser utilizados para tratamento de quadros clínicos;
  • bem como os produtos com perfil desinfetante, compostos com materiais pesados, com reagentes ou fixadores.

Para um descarte seguro eles devem ser acondicionados em embalagens constituídas de plástico resistente (ou em embalagens com tampa em caso de resíduo líquido), devidamente identificado com simbologia compatível com o tipo de risco oferecido.

Grupo C

O grupo C consiste em separar os materiais radioativos utilizados em ambiente hospitalar, que seguem uma regulamentação de descarte específica da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Nesse grupo entram quaisquer produtos radioativos ou contaminados com radiação, especialmente aqueles encontrados em laboratórios, serviços de medicina nuclear e de radioterapia.

Grupo D

O grupo D é composto por resíduos que, diferentemente dos grupos apresentados acima, não oferecem risco para o meio ambiente ou a população, já que têm perfil semelhante ao lixo produzido em ambientes domiciliares.

Alguns exemplos desses resíduos que podem ser encontrados em hospitais são fraldas, papéis higiênicos, peças de vestuário, restos alimentares, equipos e frascos de soro, flores, gesso e quaisquer outros que não apresentem risco biológico, radiológico ou químico.

Eles podem ser acondicionados em sacos de lixo comum, com capacidade que obedeça a legislação específica para hospitais e depois dispensados em lixeiras com pedal e tampa, devidamente identificado como não contaminante.

Grupo E

Nesse grupo estão classificados os materiais perfurocortantes, que apresentam risco para o manipulador do resíduo. Alguns exemplos são:

  • Lâminas de barbear ou de bisturi;
  • agulhas;
  • ampolas de vidro, tubos e pipetas;
  • espátulas;
  • vidros quebrados e outros produtos similares.

Como todos eles apresentam risco de lesão por quem os manipula, eles devem ser acondicionados em caixas rígidas, feitas de papelão, e específicas para esse fim, corretamente identificadas e descartadas, posteriormente, em sacos de lixo que ficam em lixeiras externas.

A importância do gerenciamento dos resíduos hospitalares

A gestão dos resíduos hospitalares é bastante cautelosa e detalhada simplesmente porque ela é de extremo risco para a saúde humana e para o meio ambiente se realizada de maneira incorreta. Hospitais que gerenciam de maneira errada seus resíduos não somente estão sujeitos a multa, mas também colocam em risco a integridade de seus funcionários e pacientes.

Saber fazer o gerenciamento correto desse tipo de lixo é essencial para o ambiente hospitalar, por esse motivo, equipes específicas de profissionais ficam responsáveis por controlar o recolhimento e descarte desses resíduos.

O descarte correto de resíduos hospitalares é uma realidade para qualquer hospital localizado em grandes e pequenos centros urbanos. O êxito nessa ação é resultado de um trabalho minucioso e detalhado da equipe de controle de infecção hospitalar em conjunto com os responsáveis pela higienização do local. O que você sabe sobre o descarte de produtos hospitalares? Compartilhe suas experiências e dúvidas conosco nos comentários!