Logística Reversa: acordo para resíduos deve chegar a eletroeletrônicos
A cadeia produtiva de eletroeletrônicos também está para assinar um acordo setorial dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos (instituída pela Lei nº 12.305, de 2010). Sabrina Andrade dos Santos Lima, coordenadora de Resíduos Sólidos do Ministério do Meio Ambiente, acredita que o acerto será concretizado antes do começo de 2018.
O acordo é firmado entre o poder público e os fabricantes, distribuidores, importadores e comerciantes que visam determinar a responsabilidade compartilhada por todo o ciclo de vida do produto. A ideia é promover a logística reversa (assim como já acontece com embalagens plásticas de óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, e de embalagens em geral), que após o uso, o consumidor final devolva para quem lhe vendeu o artigo, e este faça o descarte ambientalmente adequado.
Porém, a coordenadora de Resíduos Sólidos do Ministério do Meio Ambiente admite que há problemas com o cronograma do acordo, e que não está sendo desenvolvido conforme se esperava por complicações sociais, financeiras e até mesmo de pessoal para efetivar as ações.
Segundo Luiz Henrique Hartmann, diretor da Comeplax, Soluções em Reciclagem e coordenador do Comitê Sinplast de Reciclagem, é preciso mudar paradigmas nos processos industriais. E reforça, que o modelo tradicional é de uma economia linear, que extrai, transforma, consome e descarta. Nesse cenário, cerca de 95% dos artigos produzidos, em geral, são jogados fora logo após o primeiro uso. Muitos desses objetos findam em locais inadequados, como rios e oceanos.
De acordo com Alceu Lorenzon, O vice-coordenador da Câmara Nacional de Plásticos Reciclados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e vice-presidente do Sindicato das Indústrias Plásticas do Sul Catarinense (Sinplasc), é possível utilizar materiais reciclados em 90% das cadeias produtivas, como peças automotivas, eletrodomésticos, brinquedos, entre outros.